Mãos à obra!


Arte linear geométrica
    Apesar de o conceito de arte linear geométrica ter sido criado, tendo em conta um contexto cronológico-cultural concreto, aplicamo-lo aqui para designar um tipo de motivos que, a par das mãos, constituem os testemunhos mais antigos de arte rupestre, como é o caso de Blombos Cave (1), na África do Sul, e estão, igualmente, presentes em todos os continentes, sendo muitas vezes referidos como símbolos abstratos ou simplesmente geométricos. 
    Note-se que esta linguagem gráfica remete, sugestivamente, para os padrões presentes, por razões exclusivamente técnicas, na cestaria/tapeçaria/tecelagem, nomeadamente os ziguezagues/grelhas e as espirais/círculos concêntricos. 
    A importância das artes das fibras (que incluem a produção de cordas/fios, redes, etc.) na vida quotidiana dos caçadores-recoletores é, por razões que têm a ver com a conservação diferencial dos materiais, inversamente proporcional à sua presença no registo arqueológico. 
    Antes de se representar o que se via, representava-se o que se fazia. Neste sentido, a arte nasceu do artesanato. 
    Esta relação explica, possivelmente, a importância das mãos e a sua omnipresença nas fases mais antigas da arte rupestre...
 


Amostra de texturas e decorações da cestaria

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